terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

ESPANHA

Tão católica quanto Portugal, a Espanha é detentora de uma das mais belas catedrais européias, em Sevilla. Mas o fervor espanhol não é só de fé. Um povo latino típico, que demonstra desde o século XV que pode viver muito bem na América. Mais organizados que os portugueses, os espanhóis administram muito bem a crise. Não se vê nas ruas espanhóis pedindo dinheiro (bem poucos), e sim, portugueses. A Espanha é um país com muito mais cara de Europa, mas perto da seriedade francesa, a Espanha pode ser uma grande festa.

Nunca vi povo tão obcecado pela loteria federal. É febre, mania, transformou-se em parte da cultura. Chama a atenção de qualquer turista estrangeiro, e na TV, irrita, mas irrita mesmo, dá dor de cabeça o sorteio de fim de ano. Quem viu, surpreendeu-se, quem não viu, aconselho que não veja. A parte desta parte peculiar da cultura, o espanhol desfruta do que possa ser a melhor culinária da Europa. Sorte nossa, é que ela fora importada para a América e é muito cultivada nos nossos vizinhos, Uruguai e Argentina. Bom mesmo é o tradicional Jamón, um presunto tirado diretamente do porco, cortado na hora por açougueiros habilidosos, que sem máquinas fazem um corte fino na carne e já servem para o cliente.

Só no centro de Madri, há dezenas de Museo Del Jamón. Uma rede de bares e restaurantes especializados no Presunto Ibérico, onde exibe as peças, centenas delas, nas vitrines, além de servir típicos pratos com essa carne. Encontra-se a famosa paella em qualquer tipo de restaurante, e é na Espanha que começam a surgir as laranjeiras. Estas árvores ficam cheias de frutas no inverno e não são poucas. Há um motivo simples para que não haja tanto suco natural de laranja em bares e restaurantes: fruta amarga. As laranjas são vermelhas por dentro e amargas, por isso os pés carregados, e várias, uma do lado da outra.


Os espanhóis também se orgulham do seu passado entre navegações e comércio. Encontra-se em Sevilla, o sepulcro de Cristóvão Colombo e em Barcelona, um monumento em homenagem ao navegador, fraquíssimo, por sinal. Barcelona, alias, sem dúvida está entre as cidades mais bonitas da Europa. Dona de uma organização, limpeza e diversos pontos turísticos, a cidade por si só explica o fato de ser uma das mais visitadas no mundo! Barcelona conserva muito bem as instalações olímpicas que receberam os jogos de 1992, diversas opções de diversão, um porto fenomenal e importantíssimo e muito lazer. É uma cidade completa.

A Espanha contrasta com o velho e o novo, principalmente em Madrid, remonta aos tempos medievais na imperdível Toledo é artística e charmosa em Barcelona. Sevilla é uma mistura muito bem feita de tudo isso, o que se resume que a Espanha é um país bem diferenciado entre as suas diferentes regiões. Catalunha, País Basco, Astúrias, Madrid e ainda sobra espaço para a cultura moura. Fantasticamente Espanha!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

PORTUGAL

Os brasileiros que vão a Portugal têm algumas coisas esclarecidas. Há um certo conforto histórico-cultural vivido pelos turistas tupiniquins em terras lusas. Uma visita, por mais breve que seja já dá para notar a origem de diversos costumes brasileiros. É claro que o Mundo inteiro encontra-se no Brasil, mas, obviamente, é inevitável não encontrar o próprio Brasil em Portugal. A primeira impressão que dá, é que viajamos 9 ou 10 horas inconfortavelmente para chegarmos à Bahia. Os baianos então devem sentir algo do tipo “ué, eu não sai de casa”. Mas Portugal é assim, um Brasil bem mais velho.

A chegada a cidade do Porto, como a minha primeira vez no velho continente, só não me fez pensar que ainda estava em Porto Alegre devido a dois fatores: vôo cansativo e um certo frio em dezembro. A arquitetura, é claro, faz com que a ficha caia na hora, azulejos, muitos azulejos. As diferenças significativas com Porto Alegre também estão na péssima conservação dos prédios antigos da cidade, sejam eles casas normais ou prédios públicos, bem diferente da nossa capital.

Se os porto-alegrenses já estão cansados das subidas e descidas da cidade, no Porto iriam surtar, diferentemente de Lisboa, uma cidade menos íngreme. Os portugueses, mesmo depois de tanto tempo sem ligações oficiais com o Brasil, ainda referenciam o nosso país. Uma sensação de idolatria, meio estranho, até. Alem das diversas bandeiras verdes e amarelas nas sacadas, uma proximidade com a nossa música que chega a espantar, a pesar de já estar esperando um pouco.

A circulação e a mobilidade urbana ás vezes me parecia piada de português, algumas pequenas confusões no trânsito e uma liberdade de estacionamento que eu jamais tinha visto (não imaginava como seria a Itália). Mesmo assim, a nível de Brasil, um transito organizado: respeito contínuo ao pedestre e poucos veículos nas ruas. Os comboios me pareceram ser a preferência nacional.

De modo muito interessante, Portugal orgulha-se do seu rico passado e conserva muito bem o período em que dividia com a Espanha a dominação dos mares mundiais. O fato da descoberta do Brasil sempre é lembrado, o belo monumento aos descobridores, em Lisboa é a maior prova disto. O catolicismo é fortíssimo, onde em qualquer esquina há um templo cristão. De culinária fraca, os restaurantes orgulham-se em dizer bem de seus bacalhaus e demais peixes, mas o principal da cozinha portuguesa está no copo, ou melhor, na taça. O famoso Vinho do Porto faz jus à fama. Excelente e faz parte de todos os roteiros turísticos na cidade do Porto.

Mas não é só do passado que vive o país. Lisboa orgulha-se de ter sediado a Expo 99, com instalações modernas, no coração da cidade financeira da capital lusitana, alem de abrigar o novíssimo e moderno Oceanário, um show à parte, que promete um novo tipo de turismo, oriundo dos mares, velho e bom companheiro dos nossos irmãos mais velhos.