quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

(NÃO) DEU PRAIA!

Gasolina? Ok. Pneus? Ok. Balanceamento? Ok. Óleo? Ok. Malas? No carro. Cerveja? No isopor. Sogra? No porta-malas. Sim, podemos ir. Enquanto o sol começa a aparecer no leste, a brisa fria da manhã traz reclamações: “fecha esse vidro, Reginaldo.” Mas é claro que o vento não incomoda. É verão e estamos de férias! O que poderá incomodar além do corta-gramas do vizinho? “Mãe esqueci o bikini rosa em casa”. “Pai, falta muito?” Sim, falta, mesmo a 200 metros da areia, falta muito pra quem aturou a mesma pergunta em uma média de 2 perguntas a cada 15km rodados. E só estamos nos deslocando.

Na beira da praia, alimentados por milho verde, nos pés, o vermelho, o maiô é azul, o calção de banho é cinza e a sunga é preta. OK, estamos perto do carnaval mesmo. O castelinho de areia parece ser uma obra fenomenal da engenharia, aos olhos da criança. Enquanto o pai tenta ficar o guarda-sol na areia, as costas sem proteção ardem. À noite, o vermelho aparecerá e será difícil dormir. A garota engana-se ao achar-se baixinha. “Por que os outros estão mais altos?” Dois passos e o buraco dentro d’água revelam-se. Uma armadilha.

Ao cair da tarde a cena é parecida de movimento migratório. Um êxodo em direção ao chuveiro instalado na beira do calçadão. É hora dos pescadores de final de semana entrar em ação. Munidos de varas e iscas, ou então de instrumentos à procura de mariscos escondidos na areia. Duas horas e um Papa-Terra depois, uma passadinha no mercado, e o retorno triunfal para casa com 1,5kg de pescado. Triunfo, mas ao se esquecer de tirar o preço, o pescador mascarado é descoberto. Ah sim, peixe congelado também não adianta.

Após dormir com o barulho relaxante das ondas quebrando na praia, a segunda-feira amanhece, mas desta vez, deve-se acordar cedo a fim de comprar o pão quentinho. Sem gravata. A filha adolescente recém chega da noite come um pedaço de pão e só acorda dali a algumas horas para almoçar. Ao ligar a televisão, más notícias. A chuva é prevista, então, tudo indica que a família ruinir-se-á em volta da mesa. Pife, Buraco, Canastra, Poker, Truco (mineiro, paulista, gaudério). Cartas vão e vem assim como as horas transitam pelo relógio. E a chuva teima a continuar... BUM! No estouro da caixa de luz, só uma certeza: Jantar à luz de velas!

Domingo, carvão, jornal, churrasqueira, carne. Campari, cerveja, gelo, água mineral e álcool. Ossos, sobras e gordura. Festa do cão que balança a cauda de felicidade com seus ossos fresquinhos. Fogo alto, carne assada. Mesa montada. Churrasco! Depois da cesta, o futebol na TV. À noite, festa, quem sabe. Os pais vão ler na cama. Na segunda-feira começa mais um dia de verão. Mais um dia de férias. Sem preocupação com a gravata.

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